quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Presente de Natal Alentejano

- Estouuuu... é da GNR?

- É sim, em que posso ajudá-lo?

- Queria fazer quexa do mê vizinho Maneli.  Ele esconde droga dentro dos troncos da madeira prá larera.

- Tomámos nota. Muito obrigado por nos ter avisado.

 

No dia seguinte os guardas da GNR estavam em casa do Manel.

Procuraram o sítio onde ele guardava a lenha, e usando machados abriram ao meio todos os toros que lá havia, mas não encontraram droga nenhuma.

Praguejaram e foram-se embora.

Logo de seguida toca o telefone em casa do Manel.

- Ó  Maneli, já aí  foram os tipos da GNR?

- Já.

- E racharam-te a lenha toda?

- Sim!

- Então Feliz Natal, amigo! Esse foi o mê presente deste ano!

 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Feira da Vinha e do Vinho 2009


Cá está "ela", na sua 8ª edição.
Programa completo aqui.
E que Baco nos acompanhe! hic

sábado, 14 de novembro de 2009

Profs - Ricardo Araújo Pereira


 
Deliciem-se...
 
Texto notável de Ricardo Araújo Pereira!
 
Profs....a culpa é deles!
 
Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o
ensino é (sem querer apontar dedos) dos professores. Só pode ser deles,
aliás. Os alunos estão lá a contragosto, por isso não contam. O ministério
muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos. Os únicos que se
mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que
vão conseguindo escapar com vida.
É evidente que a culpa é deles.
E, ao contrário do que costuma acontecer nesta coluna, esta não é uma
acusação gratuita. Há razões objectivas para que os culpados sejam os
professores.
Reparem: quando falamos de professores, estamos a falar de pessoas que
escolheram uma profissão em que ganham mal, não sabem onde vão ser
colocados no ano seguinte e todos os dias arriscam levar um banano de um
aluno ou de qualquer um dos seus familiares.
O que é que esta gente pode ensinar às nossas crianças? Se eles possuíssem
algum tipo de sabedoria, tê-Ia-iam usado em proveito próprio. É sensato
entregar a educação dos nossos filhos a pessoas com esta capacidade de
discernimento? Parece-me claro que não.
A menos que não se trate de falta de juízo mas sim de amor ao sofrimento.
O que não posso dizer que me deixe mais tranquilo. Esta gente opta por
passar a vida a andar de terra em terra, a fazer contas ao dinheiro e a
ensinar o Teorema de Pitágoras a delinquentes que lhes querem bater. Sem
nenhum desprimor para com as depravações sexuais -até porque sofro de
quase todas -, não sei se o Ministério da Educação devia incentivar este
contacto entre crianças e adultos masoquistas.
Ser professor, hoje, não é uma vocação; é uma perversão.
Antigamente, havia as escolas C+S; hoje, caminhamos para o modelo de
escola S/M. Havia os professores sádicos, que espancavam alunos; agora o
há os professores masoquistas, que são espancados por eles. Tomando sempre
novas qualidades, este mundo.
Eu digo-vos que grupo de pessoas produzia excelentes professores: o povo
cigano.
Já estão habituados ao nomadismo e têm fama de se desenvencilhar bem das
escaramuças. Queria ver quantos papás fanfarrões dos subúrbios iam pedir
explicações a estes professores. Um cigano em cada escola, é a minha
proposta.
Já em relação a estes professores que têm sido agredidos, tenho menos
esperança.
Gente que ensina selvagens filhos de selvagens e, depois de ser agredida,
não sabe guiar a polícia até à árvore em que os agressores vivem,
claramente, não está preparada para o mundo.
 
Ricardo Araújo Pereira in Opinião, Boca do Inferno, Revista Visão
 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Última hora!!!



Última hora!
José Eduardo Bettencourt já apresentou novo treinador do Sporting

Chama-se Paolo Bienti , é italiano, um completo desconhecido para o mundo do futebol e foi hoje ao final da tarde apresentado como treinador do Sporting. O novo treinador surpreendeu pelo seu fluente português, mas foi parco em palavras, prometeu trabalho, pediu tranquilidade aos sócios e jogadores, e ainda avisou que não gosta muito de jogadores sérvios nem pensa mudar o losango como esquema de jogo. Por seu lado José Eduardo Bettencourt realçou a dificuldade em encontrar um substituto à altura, mas acredita que este treinador italiano é o único capaz de preencher o vazio que tem no coração e que foi uma sorte encontrar alguém assim em tão pouco tempo.
 

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Eduardo Prado Coelho - Para todos os que só sabem dizer mal apenas pela cor partidário ou conveniência



Eduardo Prado Coelho - Para chorar de vergonha -
 
 

 

 Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007),

teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,

por isso façam uma leitura atenta.


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Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público


A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,

bem como  Cavaco, Durão e Guterres.

Agora dizemos que Sócrates não serve.

E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.

Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão

que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.

O problema está em nós. Nós como povo.

Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda

sempre  valorizada, tanto ou mais do que o euro.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude

mais apreciada do que formar uma família

baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais

poderão ser vendidos como em outros países, isto é,

pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal

E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.


Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares

dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil

para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.

Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo,

onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país:

-Onde a falta de pontualidade é um hábito;

-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.

-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo  nas ruas e, depois,

reclamam do governo por não limpar os esgotos.

-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.

-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem  que

é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.

-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis

que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe  média

e beneficiar alguns.

Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.

-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,

ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada

finge que dorme para não lhe dar o lugar.

-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro

e não para o peão.

-Um país onde fazemos muitas coisas erradas,

mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,

melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem

corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.

Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,

apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,

o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.

Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,

mas falta  muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.

Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita,

essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui

até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,

mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates,

é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
 ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...

Fico triste.

Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje,

o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
 defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,

mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a

erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco,

nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa ?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei

com a força e por meio do terror ?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece

a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados,

ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,

igualmente  estancados... igualmente abusados !

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa

a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os santos,

a ver se nos mandam um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses

nada poderá fazer.

Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:

Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.

É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável,

não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco,

de  desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
 QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.

 E você, o que pensa ?... MEDITE !

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EDUARDO PRADO COELHO

 

 
 
 

 

Limitadores de velocidade, na Dinamarca


 E nós, cá, ou sinais ou radares ou então (pior ainda) os barrigudos das "rifas"

O 3 ao contrário no palacete de Sintra



Para fazerem chegar à Maitê para ver se ela percebe que é muito mais estúpida que os seus, dela, antepassados lusitanos.
Mais estúpida e mais refinada.


Aqui vai a explicação do nº 3. ao contrário em Sintra, passem ao vossos amigos, se alguém aqui tem que se envergonhar não somos nós. Em Portugal costuma dizer-se que a ignorância é a mãe do atrevimento...

Sintra, foi terra de Templários, Maçonaria, Priorados e Orgias. Ao que parece o facto de o nº3. se encontrar ao contrário era um sinal para pessoas de fora identificarem o local do culto secreto.

" Já que está a ter tanta visibilidade (o vídeo da Maitê Proença), seria bom lembrar que aquela porta pertence ao antigo Hotel Victor - frequentado por Eças,Camilos, Ramalhos e outros grandes intelectuais do Séc.XIX e que, como é sabido, surge inclusivamente, retratado nos Maias. É também de recordar que quem o mandou construir foi Victor Sasseti, dono do Hotel Bragança, em Lisboa, maçon e grande amigo de António Carvalho Monteiro e de Luigi Manini, que lhe fez o projecto do Cottage Sasseti, na encosta dos Mouros, agora propriedade da Câmara. Claro que Sasseti pôs o número ao contrário de propósito!
Nesta «vilazinha» tudo tem um certo espírito secreto. Pena a senhorita não ter conhecido alguém que lhe tivesse explicado a simbologia do três...


O três invertido,  tal como o triângulo invertido (1), representa o princípio masculino. O número três, como o cinco ou o sete, tem importantes conotações maçónicas (por exemplo, os três símbolos da Maçonaria são o Esquadro, o Nível e o Fio de Prumo).Três são também as Graças, como se pode ver no painel da Regaleira. Já para não falar da triplicidade do tempo (passado, presente e o futuro) e de outras coisas que davam pano para mangas."

 
 

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Uma algazarra (ideia) original...



 Ideia original...

Barack Obama e os Alentejanos

 O Presidente dos Estados Unidos da América, Barak Obama, ouviu tanto falar dos alentejanos, que decidiu convidar um grupo deles para visitarem os Estados Unidos.
 Mandou o seu próprio avião buscá-los ao Alentejo e prepararam uma grande recepção no hangar presidencial, onde colocaram um grande palanque, com banda, passadeira e cartazes de boas-vindas.
Ao chegar o avião, a banda começa a tocar, os coros a cantar, abre-se a porta do avião, assoma-se a hospedeira e,... nada, dos convidados... nada.
O presidente, descontrolado porque eles não descem, manda o seu secretário investigar.
O secretário regressa, fala com o presidente e diz-lhe: "Senhor, os alentejanos não querem descer porque têm medo do Well"
O presidente não percebe nada e diz-lhe: "Mas... quem é o Well?"
Regressa o secretário e diz ao alentejano: - O Presidente pergunta quem é Well?
E o alentejano diz-lhe: - Não sei! Mas ali, naquele cartaz diz:

*"WELL COME ALENTEJANOS"*

segunda-feira, 13 de julho de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Nova Tecnologia ...


Durante escavações recentes nos EUA, os arqueólogos descobriram, a  100m de profundidade, vestígios de fios de cobre que datavam do ano  1.000. Os americanos concluíram que os seus antepassados já dispunham  de uma rede telefónica desde aquela época.

Entretanto os Espanhóis escavaram também o seu subsolo, encontrando  restos de fibras ópticas a 200m de profundidade. Após minuciosas  análises, concluíram que elas tinham cerca de 2.000 anos de idade, divulgando triunfantes, que os seus antepassados já dispunham de uma rede digital à base de fibra óptica quando Jesus nasceu!

Uma semana depois, em Beja, no diário local, foi publicada a seguinte notícia:
"Após inúmeras escavações arqueológicas no subsolo de Beja, Évora, Moura, Estremoz e Redondo, entre outras localidades alentejanas, até uma profundidade de 500m, os cientistas alentejanos não encontraram absolutamente nada. Assim se conclui que os antigos habitantes daquela região alentejana já dispunham, há 5.000 anos atrás, de uma rede de comunicações sem-fios, vulgarmente conhecida hoje em dia pela designação de "Wireless".


domingo, 21 de junho de 2009

21 de Junho, O Verão




O Verão é uma das quatro estações do ano. Neste período, as temperaturas permanecem elevadas e os dias são longos. Geralmente, o verão é também o período do ano reservado às férias.
O Verão do hemisfério norte é chamado de "Verão boreal", e o do hemisfério sul é chamado de "Verão austral". O "Verão boreal" tem início com o
solstício de Verão do Hemisfério Norte, que acontece cerca de 21 de Junho, e finda com o equinócio de Outono nesse mesmo hemisfério, por volta de 23 de Setembro. O "Verão austral" tem início com o solstício de Verão do Hemisfério Sul, que acontece cerca de 21 de Dezembro, e finda com o equinócio de Outono, por volta de 20 de Março nesse mesmo hemisfério.
Nos tempos primitivos, era comum dividir o ano em cinco estações, sendo o verão dividido em duas partes: o verão propriamente dito, de tempo quente e chuvoso (geralmente começava no fim da primavera), e o estio, de tempo quente e seco — palavra da qual deriva o termo "estiagem". Actualmente, usa-se a palavra "estio" como sinónimo raro para verão.

Fonte e mais informação
Wikipedia
Wikiquote
Expresso

sábado, 6 de junho de 2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

1 de Junho - Dia Mundial da Criança





ARTIGO 19º (da Convenção, assinada em 1989)
"Ninguém deve exercer sobre a criança qualquer espécie de maus-tratos. Os adultos devem protegê-la contra abusos, violência e negligência. Mesmo os próprios pais não têm o direito de a maltratar."


"a criança, por motivo da sua falta de maturidade física e intelectual, tem necessidade de uma protecção e cuidados especiais...".



Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o Dia Mundial da Criança não é só uma festa onde as crianças ganham presentes.
É um dia em que se pensa nas centenas de crianças que continuam a sofrer de maus-tratos, doenças, fome e discriminações (discriminação significa ser-se posto de lado por ser diferente).
Sabias que o primeiro Dia Mundial da Criança foi em 1950?
Tudo começou logo depois da 2ª Guerra Mundial, em 1945.
Muitos países da Europa, do Médio Oriente e a China entraram em crise, ou seja, não tinham boas condições de vida.
As crianças desses países viviam muito mal porque não havia comida e os pais estavam mais preocupados em voltar à sua vida normal do que com a educação dos filhos. Alguns nem pais tinham!
Como não tinham dinheiro, muitos pais tiravam os filhos da escola e punham-nos a trabalhar, às vezes durante muitas horas e a fazer coisas muito duras.
Sabias que mais de metade das crianças da Europa não sabia ler nem escrever? E também viviam em péssimas condições para a sua saúde.
Em 1946, um grupo de países da ONU (Organização das Nações Unidas) começou a tentar resolver o problema. Foi assim que nasceu a UNICEF.
Mesmo assim, era difícil trabalhar para as crianças, uma vez que nem todos os países do mundo estavam interessados nos direitos da criança.
Foi então que, em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres propôs às Nações Unidas que se criasse um dia dedicado às crianças de todo o mundo.
Este dia foi comemorado pela primeira vez logo a 1 de Junho desse ano!
Com a criação deste dia, os estados-membros das Nações Unidas, reconheceram às crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social o direito a:
- afecto, amor e compreensão;
- alimentação adequada;
- cuidados médicos;
- educação gratuita;
- protecção contra todas as formas de exploração;
- crescer num clima de Paz e Fraternidade universais.
Sabias que em só nove anos depois, em 1959 é que estes direitos das crianças passaram para o papel?
A ONU reconheceu também que "em todos os países do mundo há crianças que vivem em condições particularmente difíceis e a quem importa assegurar uma atenção especial, tendo devidamente em conta a importância das tradições e valores culturais de cada povo para a protecção e o desenvolvimento harmonioso da criança e a importância da cooperação internacional para a melhoria das condições de vida das crianças em todos os países, em particular nos países em desenvolvimento."
A 20 de Novembro desse ano, várias dezenas de países que fazem parte da ONU aprovaram a "
Declaração dos Direitos da Criança".
Trata-se de uma lista de 10 princípios que, se forem cumpridos em todo o lado, podem fazer com que todas crianças do mundo tenham uma vida digna e feliz.
Claro que os Dia Mundial da Criança foi muito importante para os direitos das crianças, mas mesmo assim nem sempre são cumpridos.
Então, quando a "Declaração" fez 30 anos, em 1989, a ONU também aprovou a "Convenção sobre os Direitos da Criança", que é um documento muito completo (e comprido) com um conjunto de leis para protecção dos mais pequenos (tem 54 artigos!).
Estão escritos de uma forma mais simples para tu os perceberes melhor.

Esta declaração é tão importante que em 1990 se tornou lei internacional!



Fonte
Junior.TE
Unicef
Convenção dos Direitos das Crianças

Os Direitos da Criança


quinta-feira, 28 de maio de 2009

A origem de @





Os Copistas medievais e o século XXI. Cultura e curiosidades…

Na idade média os livros eram escritos à mão pelos copistas.

Precursores da taquigrafia, os copistas simplificavam o trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios, por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido. O motivo era de ordem económica: a tinta e o papel eram valiosíssimos.


Foi assim que surgiu o til (~), para substituir uma letra (um 'm'ou um 'n') que nasalizava a vogal anterior. Um til é um enezinho sobre a Letra. O nome espanhol Francisco, que também era grafado 'Phrancisco', ficou com a abreviatura 'Phco' e 'Pco'. Daí que foi fácil o nome Francisco ganhar em espanhol o diminutivo Paco.


Os santos, ao serem citados pelos copistas, eram identificados por um feito significativo em suas vidas. Assim, o nome de São José aparecia seguido de 'Jesus Christi Pater Putativus', ou seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde os copistas passaram a adoptar a abreviatura 'JHS PP' e depois 'PP'. A pronúncia dessas letras em sequência explica porque José em espanhol tem o diminutivo de Pepe.


Já para substituir a palavra latina 'et' ('e'), os copistas criaram um símbolo que é o resultado do entrelaçamento dessas duas letras: &. Esse sinal é popularmente conhecido como ' e' comercial e, em inglês, tem o nome de ampersand, que vem do 'and' ('e' em inglês) + 'per se'(do latim 'por si') + 'and'.


Com o mesmo recurso do entrelaçamento de letras, os copistas criaram o símbolo @ para substituir a preposição latina 'ad', que tinha, entre outros, o sentido de 'casa de'.

Veio a imprensa, foram-se os copistas, Mas os símbolos @ e & continuaram a ser usados nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço; por exemplo, o registo contabilístico mailto:'10@£3' significava '10 unidades ao preço de 3 libras cada uma'.

Nessa época o símbolo @ já ficou conhecido como, em inglês, 'at' ('a' ou 'em').


No século XIX, nos portos da Catalunha (nordeste da Espanha), o comércio e a indústria procuravam imitar práticas comerciais e contabilísticas dos ingleses.


Como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses atribuíam ao símbolo @, supuseram, por engano, que o símbolo seria uma unidade de peso.

Para este entendimento contribuíram duas coincidências:

1- A unidade de peso comum para os espanhóis na época era a arroba, cujo 'a' inicial lembra a forma do símbolo.

2- Os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma arroba. Dessa forma, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registo de '10@£3' como 'dez arrobas a 3 libras cada uma'. Então, o símbolo @ passou a ser usado pelos espanhóis para significar arroba.


Arroba veio do árabe ar-ruba, que significa 'a quarta parte': arroba (15 kg em números redondos) correspondia a 1/4 de outra medida de origem árabe (quintar), o quintal (58,75 kg).


As máquinas de escrever, na sua forma definitiva, começaram a ser comercializadas em 1874, nos Estados Unidos (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais dactilografados). O teclado tinha o símbolo '@', que sobreviveu nos teclados dos computadores.

Em 1972, ao desenvolver o primeiro programa de correio electrónico (e-mail), Roy Tomlinson aproveitou o sentido '@' ('at' em inglês), disponível no teclado, e utilizou-o entre o nome do usuário e o nome do provedor. Assim Fulano@ProvedorX passou a significar 'Fulano no provedor (ou na casa) X'.


Em diversos idiomas, o símbolo '@' ficou com o nome de alguma coisa parecida com sua forma. Em italiano chiocciola (caracol), em sueco snabel (tromba de elefante), em holandês, apestaart (rabo de macaco).


Noutros idiomas, tem o nome de um doce em forma circular: shtrudel em Israel, strudel na Áustria, pretzel em vários países europeus.

sábado, 23 de maio de 2009

Ser Alentejano....



Ora aqui está uma boa explicação!

O ALENTEJO

Palavra mágica que começa no Além e termina no Tejo, o rio da portugalidade. O rio que divide e une Portugal e que à semelhança do Homem Português, fugiu de Espanha à procura do mar.


O Alentejo molda o carácter de um homem. A solidão e a quietude da planície dão-lhe a espiritualidade, a tranquilidade e a paciência do monge; as amplitudes térmicas e a agressividade da charneca dão-lhe a

resistência física, a rusticidade, a coragem e o temperamento do guerreiro. Não é alentejano quem quer. Ser alentejano não é um dote, é um dom. Não se nasce alentejano, é-se alentejano.


Portugal nasceu no Norte mas foi no Alentejo que se fez Homem.

Guimarães é o berço da Nacionalidade, Évora é o berço do Império Português. Não foi por acaso que D. João II se teve de refugiar em Évora para descobrir a Índia. No meio das montanhas e das serras um homem tem as vistas curtas; só no coração do Alentejo, um homem consegue ver ao longe.


Mas foi preciso Bartolomeu Dias regressar ao reino depois de dobrar o Cabo das Tormentas, sem conseguir chegar à Índia para D. João II perceber que só o costado de um alentejano conseguia suportar com o

peso de um empreendimento daquele vulto. Aquilo que para o homem comum fica muito longe, para um alentejano fica já ali. Para um alentejano não há longe, nem distância porque só um alentejano percebe intuitivamente que a vida não é uma corrida de velocidade, mas uma

corrida de resistência onde a tartaruga leva sempre a melhor sobre a lebre.


Foi, por esta razão, que D. Manuel decidiu entregar a chefia da armada decisiva a Vasco da Gama. Mais de dois anos no mar... E, quando

regressou, ao perguntar-lhe se a Índia era longe, Vasco da Gama
respondeu: «Não, é já ali.». O fim do mundo, afinal, ficava ao virar da esquina.


Para um alentejano, o caminho faz-se caminhando e só é longe o sítio

onde não se chega sem parar de andar. E Vasco da Gama limitou-se a continuar a andar onde Bartolomeu Dias tinha parado. O problema de Portugal é precisamente este: muitos Bartolomeu Dias e poucos Vasco da Gama. Demasiada gente que não consegue terminar o que começa, que

desiste quando a glória está perto e o mais difícil já foi feito. Ou seja, muitos portugueses e poucos alentejanos.


D. Nuno Álvares Pereira, aliás, já tinha percebido isso. Caso contrário, não teria partido tão confiante para Aljubarrota. D. Nuno

sabia bem que uma batalha não se decide pela quantidade mas pela qualidade dos combatentes. É certo que o Rei de Castela contava com um poderoso exército composto por espanhóis e portugueses, mas o Mestre de Avis tinha a vantagem de contar com meia-dúzia de alentejanos. Não se estranha, assim, a resposta de D. Nuno aos seus irmãos, quando o tentaram convencer a mudar de campo com o argumento da desproporção
numérica: «Vocês são muitos? O que é que isso interessa se os alentejanos estão do nosso lado?»


Mas os alentejanos não servem só as grandes causas, nem servem só para as grandes guerras. Não há como um alentejano para desfrutar plenamente dos mais simples prazeres da vida. Por isso, se diz que

Deus fez a mulher para ser a companheira do homem. Mas, depois, teve de fazer os alentejanos para que as mulheres também tivessem algum prazer. Na cama e na mesa, um alentejano nunca tem pressa. Daí a resposta de Eva a Adão quando este, intrigado, lhe perguntou o que é

que o alentejano tinha que ele não tinha: «Tem tempo e tu tens pressa.» Quem anda sempre a correr, não chega a lado nenhum. E muito menos ao coração de uma mulher. Andar a correr é um problema que os alentejanos, graças a Deus, não têm. Até porque os alentejanos e o

Alentejo foram feitos ao sétimo dia, precisamente o dia que Deus tirou para descansar.

E até nas anedotas, os alentejanos revelam a sua superioridade humana e intelectual. Os brancos contam anedotas dos pretos, os brasileiros

dos portugueses, os franceses dos argelinos... só os alentejanos contam e inventam anedotas sobre si próprios. E divertem-se imenso, ao mesmo tempo que servem de espelho a quem as ouve.

Mas para que uma pessoa se ria de si própria não basta ser ridícula

porque ridículostodos somos. É necessário ter sentido de humor. Só que isso é um extra só disponível nos seres humanos topo de gama.

Não se confunda, no entanto, sentido de humor com alarvice. O sentido

de humor é um dom da inteligência; a alarvice é o tique da gente bronca e mesquinha. Enquanto o alarve se diverte com as desgraças alheias, quem tem sentido de humor ri-se de si próprio. Não há maior honra do que ser objecto de uma boa gargalhada. O sentido de humor

humaniza as pessoas, enquanto a alarvice diminui-as. Se Hitler e Estaline se rissem de si próprios, nunca teriam sido as bestas que foram.

E as anedotas alentejanas são autênticas pérolas de humor: curtas, incisivas, inteligentes e desconcertantes, revelando um sentido de observação, um sentido crítico e um poder de síntese notáveis.


Não resisto a contar a minha anedota preferida. Num dia em que chovia muito, o revisor do comboio entrou numa carruagem onde só havia um passageiro. Por sinal, um alentejano que estava todo molhado, em virtude de estar sentado num lugar junto a uma janela aberta. «Ó amigo, por que é que não fecha a janela?», perguntou-lhe o revisor.
«Isso queria eu, mas a janela está estragada.», respondeu o alentejano. «Então por que é que não troca de lugar?» «Eu trocar, trocava... mas com quem?»


Como bom alentejano que me prezo de ser, deixei o melhor para o fim. O Alentejo, como todos sabemos, é o único sítio do mundo onde não é castigo uma pessoa ficar a pão e água. Água é aquilo por que qualquer alentejano anseia. E o pão... Mas há melhor iguaria do que o pão alentejano? O pão alentejano come-se com tudo e com nada. É aperitivo, refeição e sobremesa. E é o único pão do mundo que não tem pressa de ser comido. É tão bom no primeiro dia como no dia seguinte ou no fim da semana. Só quem come o pão alentejano está habilitado para entender o mistério da fé. Comê-lo faz-nos subir ao Céu!


É por tudo isto que, sempre que passeio pela charneca numa noite quente de verão ou sinto no rosto o frio cortante das manhãs de Inverno, dou graças a Deus por ser alentejano. Que maior bênção poderia um homem almejar?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

domingo, 10 de maio de 2009

O que é a FOME? "Chicken a la Carte", Ferdinand Dimadura

Um filme chocante, mas importante, para que saibamos o que também é a realidade e para que aprendamos a valorizar o que temos e a sermos solidários com os que nada têm.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Vasco Granja (1925-2009)

Morreu Vasco Granja, célebre divulgador de BD

Morreu Vasco Granja, célebre divulgador de BD
Responsável pela divulgação de milhares de obras de banda desenhada e de cinema de animação junto de sucessivas gerações de pessoas, Vasco Granja faleceu ontem de madrugada, na sua residência, em Cascais. Contava 83 anos.
A televisão tornou o rosto de Vasco Granja familiar para milhões de pessoas. No entanto, apesar de ter conduzido na RTP mais de um milhar de programas dedicado à animação, o seu interesse por esta arte surgiu muito tempo antes, quando lia as revistas "O Mosquito" e "Tic-Tac" e passava horas nos cineclubes.
A paixão foi alimentada pelo facto de ter acumulado vários empregos ligados à área: trabalhou numa casa de fotografia, numa tabacaria ou Armazéns do Chiado e, finalmente, na livraria Bertrand, onde permaneceu quase trinta anos e dirigiu a revista "Tintin".
Apesar da histórica ligação à RTP, na qual colaborou entre 1974 e 1990, a verdade é que a maioria destes programas, intitulados "Cinema de animação", terá sido apagada dos arquivos da televisão pública.
Parte do sucesso do programa deveu-se ao esforço de Vasco Granja em mostrar a animação que havia para lá das portas do castelo de Walt Disney. Foi desse modo que deu a conhecer personagens como Bugs Bunny e a Pantera Cor-de-Rosa, mas também histórias de bonecos de plasticina, sombras chinesas ou com ursos de peluche animados, a maioria das quais provenientes da então pujante cinematografia de animação do Leste da Europa.
A sua faceta de divulgador foi ainda mais notória na banda desenhada, devendo-se ao seu esforço continuado a publicação de "Corto Maltese", de Hugo Pratt, pela Bertrand.
Cinéfilo apaixonado e militante do Partido Comunista, Vasco Granja foi detido duas vezes pela PIDE por organizar sessões de cinema, muitas delas com filmes que ia buscar por conta própria às embaixadas em Lisboa.
Da sua actividade consta também o papel determinante no arranque do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, que o homenageou com um troféu de honra em 1996, bem como a frequência dos festivais de BD no estrangeiro ou a organização dos ciclos de cinema de animação, dois dos quais para os detidos na Cadeia do Linhó.
O corpo do divulgador de BD estará em câmara-ardente a partir das 18.30 horas de hoje na capela da Damaia, na Amadora. O funeral realiza-se hoje às 15 horas, rumo ao cemitério de Rio de Mouro, Sintra, onde o corpo será cremado.
in Jornal de Notícias

Vasco Granja (Campo de Ourique, 10 de Julho de 1925 - Cascais, 4 de Maio de 2009) foi um apresentador de televisão português, reconhecido pelo seu grande contributo para a divulgação da animação e da banda desenhada em Portugal.
De seu nome completo Vasco de Oliveira Granja, nasceu a 10 de Julho de 1925, no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa em Portugal, vindo a falecer em Cascais, na madrugada do dia 4 de Maio de 2009. Estudou na escola 12 do Bairro Alto, em Lisboa, e na Escola Industrial Machado de Castro, a qual abandonou após uma reprovação na disciplina de álgebra, no quarto ano.
Aos 15 anos de idade, encontrou o seu primeiro emprego, nos Armazéns do Chiado. Era responsável pelas amostras de seda que eram oferecidas às clientes. Algum tempo mais tarde, foi transferido para o departamento de publicidade, quando notaram que tinha um grande gosto pela leitura. Pintava cartazes com anúncios para as montras.
Como o ordenado não era suficiente, mudou de emprego, tendo ido trabalhar para a Foto Áurea, na Rua do Ouro, em Lisboa, estabelecimento esse que hoje já não existe. Nessa altura, visitava com frequência a Biblioteca Nacional, que estava aberta aos jovens. Interessava-se já por museus, pintura e pelo desporto, tendo sido sócio do Benfica durante algum tempo.
Durante a sua infância, apaixonou-se pelo cinema. Como na altura não existia classificação etária nos cinemas, percorreu todos os que existiam em Lisboa.
Casou-se com Maria Inácia, uma jovem de família oriunda do Ribatejo, que conheceu num baile em Lisboa. Tiveram uma filha e duas netas.
No decorrer dos anos 50, durante o regime fascista em Portugal, associou-se ao movimento cineclubista. Em Lisboa, participava no aluguer de salas e na projecção de filmes obtidos através das embaixadas, em formato de 16 milímetros. Os filmes tinham sempre que passar pela censura. Apesar disso, conseguiam mostrar filmes do
neo-realismo italiano. Em 1952, foi detido pela PIDE, em consequência do dinheiro dos bilhetes para os filmes se destinar a financiar o movimento de resistência ao regime do Estado Novo. Esteve preso durante seis meses, na prisão do Aljube.
Em 1960, esteve presente no festival de animação de
Annecy, em França, a representar Portugal. Durante essa viagem, a primeira fora do seu país, ganhou uma nova paixão pela animação. O cineasta canadiano de animação Norman McLaren tornou-se o seu maior ídolo. Viria a conhecê-lo pessoalmente.


Vasco Granja esteve ligado ao PCP e participou na festa do jornal do partido, a festa do Avante.
Durante os anos 60, foi novamente detido pela
PIDE, devido à sua ligação na altura ao Partido Comunista Português, mais concretamente à célula comunista dos cineclubes. Esteve preso durante 16 meses, tendo cumprido parte desse tempo em Peniche. Na prisão, foi submetido a várias torturas físicas e psicológicas, como a tortura do sono.
Em 1974, deu início a um novo programa de televisão, denominado "Cinema de Animação", na RTP, que viria a durar 16 anos, com mais de mil programas transmitidos. Nesses programas, dava a conhecer a animação de todo o mundo, desde aquela que era realizada nos países do leste da Europa, até à proveniente da América do Norte. Pretendia, com o seu programa, divulgar, para além da própria animação, uma mensagem de paz, que considerava estar presente em muitos dos filmes da Europa de Leste que transmitia.
Ainda em 1974, foi membro do júri do Festival Internacional de Banda Desenhada de
Angoulême.
Em 1975, criou um curso de cinema de animação, a partir do qual viria a nascer a Associação Portuguesa de Cinema de Animação.
Em 1980, foi membro do júri da quarta edição do Animafest, o Festival Mundial de Animação de Zagreb, realizado na então Jugoslávia. Participara já como observador neste festival na edição de 1974, logo após o 25 de Abril.
Permaneceu na RTP até 1990.
Teve uma breve aparição no programa humorístico de televisão
Herman Enciclopédia, em 1998, durante a qual parodiava os seus próprios programas sobre animação.
A
Festa do Avante de 2006, organizada pelo Partido Comunista Português, contou com a sua participação na selecção de filmes de animação de diversas origens, com particular destaque para películas oriundas da antiga Checoslováquia.
in
Wikipedia

domingo, 3 de maio de 2009

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa




Opinião
Editorial: O dia da mãe de todas as liberdades

03.05.2009 - 17h02 Nuno Pacheco
Hoje, data em que se assinala o Dia da Mãe, celebra-se também o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que é, em sentido lato, a mãe de todas as liberdades. Larry Kilman, num editorial publicado no site da WAN (World Association of Newspapers), recordava ontem essa verdade elementar, que é partilhada por muitos: "Sem o direito a informar e a expressar-se livremente, ninguém poderá reclamar outros direitos.

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"Claro que a data é, quase sempre, usada para acertar contas no relatório sinistro das perdas: de direitos e de vidas. E o que devia ser pretexto para indignação acaba por, infelizmente, como sucede com a repetição mecânica do número de mortos nas guerras, pretexto para amolecer a capacidade de revolta. É diferente saber, num dado momento, que um jornalista foi abatido a sangue-frio quando empunhava uma câmara ou um microfone do que ver tal morte diluída nas estatísticas. E, nestas, sabe-se agora que em 2008, só em matéria de jornalistas assassinados, o Iraque levou a dianteira, com 14 mortos, seguido do Paquistão (sete), da Índia (sete) e das Filipinas (seis).
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Mas não se calam os jornalistas apenas matando-os e, por isso, todos os anos há uma lista de detenções que alastra pelo mundo. É outra frente de combate. Em 2008, foram detidos 673 jornalistas e, em Dezembro, 125 continuavam nas prisões, sujeitos a penas variáveis. A maior parte das detenções deu-se, sem surpresa, em África, mas os países onde os jornalistas mais continuam a cumprir penas de prisão são a China (28), Cuba (21), Birmânia (14) ou a Eritreia (13), isto para não falar de países como a Coreia do Norte, onde a imprensa livre é proibida. Há um dado novo: os blogers passaram a integrar, também, a lista dos perseguidos. O que torna óbvio que os ataques à liberdade de imprensa visam, em primeiro lugar, a liberdade de expressão de todos os cidadãos.
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Mas se os regimes corruptos, ditatoriais ou repressivos são os inimigos crónicos da liberdade de informar, será que ganharam um "aliado" temporário na crise económica? Outro relatório anual, o da Freedom House (ver pág. 16), garantia ontem que sim, afirmando que, "tanto nos países ricos, como nos países pobres, as pressões sobre a liberdade dos media crescem de todos os lados e estão a ameaçar cada vez mais os ganhos consideráveis do último quartel do século XX". Isto num quadro global em que apenas 17 por cento dos habitantes da Terra contam com imprensa livre e em que, pelo sétimo ano consecutivo, a liberdade de imprensa no mundo continuará a regredir.
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Mas há quem defenda que, mais do que a crise ou do que as pressões para garantir a difícil sustentabilidade dos media nestes tempos difíceis, será o mau jornalismo o principal coveiro do jornalismo tout court. O acesso gratuito e irrestrito à informação como ideal veio favorecer a circulação (na Internet, em ecrãs públicos, em folhas que se fazem passar por jornais) de coisas que, a coberto de informar, por vezes não passam de propaganda ou mera difusão de interesses particulares. Se a defesa do jornalismo, apesar da crise, das contenções, das reestruturações mais duras, não passar em simultâneo pela aposta intransigente na qualidade jornalística, então algo falhará no processo. E amanhã, a par dos que não têm liberdade de imprensa, estarão muitos que julgam tê-la sem na verdade a ter. Nessa altura, o mundo estará ainda mais pobre. E mais submisso.
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Dia da Mãe




As mais antigas celebrações do Dia da Mãe remontam às comemorações primaveris da Grécia Antiga, em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses. Em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a Mãe dos Deuses romanos, e as cerimónias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.
Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava no 4º Domingo de Quaresma (40 dias antes da Páscoa) um dia chamado "Domingo da Mãe", que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.
À medida que o Cristianismo se espalhou pela Europa passou a homenagear-se a "Igreja Mãe" – a força espiritual que lhes dava vida e os protegia do mal. Ao longo dos tempos a festa da Igreja foi-se confundindo com a celebração do Domingo da Mãe. As pessoas começaram a homenagear tanto as suas mães como a Igreja.
Nos Estados Unidos, a comemoração de um dia dedicado às mães foi sugerida pela primeira vez em 1872 por Julia Ward Howe e algumas apoiantes, que se uniram contra a crueldade da guerra e lutavam, principalmente, por um dia dedicado à paz.
A maioria das fontes é unânime acerca da ideia da criação de um Dia da Mãe. A ideia partiu de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe morreu, chamou a atenção na igreja de Grafton para um dia especialmente dedicado a todas as mães. Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o primeiro Dia da Mãe, na igreja de Grafton, reunindo praticamente família e amigos. Nessa ocasião, a sra. Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos, que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade. Ao longo dos anos enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton – encarnados para as mães ainda vivas e brancos para as já desaparecidas – e que são hoje considerados mundialmente com símbolos de pureza, força e resistência das mães.
Segundo Anna Jarvis seria objectivo deste dia tomarmos novas medidas para um pensamento mais activo sobre as nossas mães. Através de palavras, presentes, actos de afecto e de todas as maneiras possíveis deveríamos proporcionar-lhe prazer e trazer felicidade ao seu coração todos os dias, mantendo sempre na lembrança o Dia da Mãe.
Face à aceitação geral, a sra. Jarvis e os seus apoiantes começaram a escrever a pessoas influentes, como ministros, homens de negócios e políticos com o intuito de estabelecer um Dia da Mãe a nível nacional, o que daria às mães o justo estatuto de suporte da família e da nação.
A campanha foi de tal forma bem sucedida que em 1911 era celebrado em praticamente todos os estados. Em 1914, o Presidente Woodrow Wilson declarou oficialmente e a nível nacional o 2º Domingo de Maio como o Dia da Mãe.
Hoje em dia, muitos de nós celebram o Dia da Mãe com pouco conhecimento de como tudo começou. No entanto, podemos identificar-nos com o respeito, o amor e a honra demonstrados por Anna Jarvis há 96 anos atrás.
Apesar de ter passado quase um século, o amor que foi oficialmente reconhecido em 1907 é o mesmo amor que é celebrado hoje e, à nossa maneira, podemos fazer deste um dia muito especial.
E é o que fazem praticamente todos os países, apesar de cada um escolher diferentes datas ao longo do ano para homenagear aquela que nos põe no mundo.
Em Portugal, até há alguns anos atrás, o dia da mãe era comemorado a 8 de Dezembro, mas actualmente o Dia da Mãe é no 1º Domingo de Maio, em homenagem a Maria, Mãe de Cristo.
No Brasil, o Dia das Mães é celebrado no segundo domingo de Maio, conforme decreto assinado em 1932 pelo presidente Getúlio Vargas.
Em Israel o dia da mãe deixou de ser celebrado, passando a existir o dia da família em Fevereiro.

Mais informação e actividades
Wikipedia
Minerva
Dia da Mãe
Educom
Vários sites

sábado, 25 de abril de 2009

"E depois do Adeus", Paulo de Carvalho, Festival RTP 1974

"Grândola Vila Morena", Zeca Afonso, no Coliseu

Revolução dos Cravos - 25 de Abril, O Dia da Liberdade






25 de Abril – O Dia da Liberdade

Revolução dos Cravos


Revolução dos Cravos é o nome dado ao
golpe de estado militar que derrubou, num só dia, sem grande resistência das forças leais ao governo - que cederam perante a revolta das forças armadas - o regime político que vigorava em Portugal desde 1926. O levantamento, também conhecido pelos portugueses como 25 de Abril, foi conduzido em 1974 pelos oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Considera-se, em termos gerais, que esta revolução trouxe a liberdade ao povo português (denominando-se "Dia da Liberdade" o feriado instituído em Portugal para comemorar a revolução).


Antecedentes
Na sequência do
golpe militar de 28 de Maio de 1926, foi implementado em Portugal um regime autoritário de inspiração fascista. Com a Constituição de 1933 o regime é remodelado, auto-denominando-se Estado Novo e Oliveira Salazar passou a controlar o país, não mais abandonando o poder até 1968, quando este lhe foi retirado por incapacidade, na sequência de uma queda em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcelo Caetano que dirigiu o país até ser deposto no 25 de Abril de 1974.

Sob o governo do Estado Novo, Portugal foi sempre considerado uma ditadura, quer pela oposição, quer pelos observadores estrangeiros quer mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Formalmente, existiam eleições, mas estas foram sempre contestadas pela oposição, que sempre acusaram o governo de fraude eleitoral e de desrespeito pelo dever de imparcialidade.

O Estado Novo possuía uma polícia política, a
PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), uma evolução da ex-PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), mais tarde DGS (Direcção-Geral de Segurança), que perseguiria os opositores do regime. De acordo com a visão da história dos ideólogos do regime, o país manteve uma política que considerava a manutenção das colónias do "Ultramar", numa altura em que alguns países europeus iniciavam os seus processos de alienação progressiva das suas colónias. Apesar da contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve uma política de força, tendo sido obrigado, a partir do início dos anos 60, a defender militarmente as colónias contra os grupos independentistas em Angola, Guiné e Moçambique.

Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que resultava no monopólio do mercado português por parte de alguns grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, o que estimulou a emigração. Notou-se, contudo, um desenvolvimento económico a partir desta década.


O mito do "orgulhosamente sós"
Nos inícios dos anos 1970 o regime autoritário do Estado Novo continuava a pesar sob Portugal. O seu fundador,
António Oliveira Salazar, foi destituído em 1968 por incapacidade e veio a falecer em 1970, sendo substituído por Marcelo Caetano na direcção do regime. Qualquer tentativa de reforma política foi impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política (PIDE). O regime exilava-se, envelhecido num mundo ocidental em plena efervescência social e intelectual de finais de década de 60, obrigando Portugal a defender pelas forças das armas o Império Português, instalado no imaginário dos ideólogos do regime. Para tal, o país viu-se obrigado a investir grandes esforços numa guerra colonial de pacificação, atitude que contrastava com o resto das potências coloniais que tratavam de se assegurar da saída do continente africano da forma mais conveniente.

O contexto internacional não era favorável ao regime salazarista/marcelista.
Com o auge da
Guerra Fria, as nações dos blocos Capitalista e Comunista apoiaram e financiaram as guerrilhas das colónias portuguesas, numa tentativa de as atrair para a influência americana ou soviética. A intransigência do regime e mesmo o desejo de muitos colonos de continuarem sob o domínio português, atrasaram o processo de descolonização por quase 20 anos, no caso de Angola e Moçambique.

Ao contrário de outras Potências Coloniais Europeias, Portugal mantinha laços fortes e duradouros com as suas colónias africanas. Para muitos portugueses um Império Colonial era necessário para um poder e influência contínuos. Contrastando com Inglaterra e França, os colonizadores portugueses casaram e constituíram família entre os colonos nativos.

Apesar das constantes objecções em fóruns nacionais, como a ONU, Portugal manteve as suas colónias como parte integral de Portugal, sentindo-se portanto obrigado a defendê-las militarmente de grupos armados de influência comunista, particularmente após a anexação unilateral e forçada dos enclaves portugueses de Goa, Damão e Diu, em 1961.

Em quase todas as colónias portuguesas africanas – Moçambique, Angola, Guiné, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde – surgiram movimentos independentistas, que acabaram por se manifestar sob a forma de guerrilhas armadas. Excepto no caso da Guiné, estas guerrilhas foram facilmente contidas pelas forças portuguesas, apesar dos diversos embargos ao armamento militar fornecido a Portugal. No entanto, os vários conflitos forçaram Salazar e o seu sucessor Caetano a gastar uma maior parte do orçamento de Estado na administração colonial e despesas militares, sendo que cedo Portugal viu-se um pouco isolado do resto do Mundo.

Após a ascensão de Caetano ao poder, a guerra colonial tornou-se num forte motivo de discussão e num assunto muito focado por parte das forças anti-regime. Muitos estudantes e manifestantes contra a guerra terão sido forçados a abandonar o país para escapar à prisão e tortura.

Economicamente, o regime mantinha a sua política de Corporativismo, o que resultou na concentração da economia portuguesa nas mãos de uma elite de industriais.

No entanto, a economia crescia fortemente, especialmente após 1950 e Portugal foi mesmo co-fundador da
EFTA, OCDE e NATO. A Administração das colónias custava a Portugal um aumento percentual anual no seu orçamento e tal contribuiu para o empobrecimento da Economia Portuguesa, pois o dinheiro era desviado de investimentos infra-estruturais na metrópole. Até 1960 o país continuou relativamente frágil em termos económicos, o que estimulou a emigração para países em rápido crescimento e de escassa mão-de-obra da Europa Ocidental, como França ou Alemanha principalmente após a Segunda Guerra Mundial.
Para muitos o Governo português estava envelhecido, sem resposta aparente para um mundo em grande mudança cultural e intelectual.

A guerra colonial gerou conflitos entre a sociedade civil e militar, tudo isto ao mesmo tempo que a fraca economia portuguesa gerava uma forte emigração.
Em Fevereiro de 1974, Marcelo Caetano é forçado pela velha guarda do regime a destituir o general António Spínola e os seus apoiantes, quando tentava modificar o curso da política colonial portuguesa, que se revelava demasiado dispendiosa para o país.
Nesse momento, em que são reveladas as divisões existentes no seio da elite do regime, o MFA, movimento secreto, decide levar adiante um golpe de estado.
O movimento nasce secretamente em 1973 da conspiração de alguns oficiais do exército, numa primeira fase unicamente preocupados com questões de carreira militar.


Preparação
A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de Agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral (
Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de Março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação". Este documento é posto a circular clandestinamente. No dia 14 de Março o Governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente, por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, "Portugal e o Futuro", no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar. No dia 24 de Março a última reunião clandestina decide o derrube do regime pela força.
Ver também:
Oposição à ditadura portuguesa: ditadura militar (1926-1933) e Estado Novo (1933-1974)


Movimentações militares durante a Revolução
Ver cronologia completa de eventos em
Cronologia da Revolução dos Cravos.
No dia
24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.
Às 22h 55m é transmitida a canção "
E depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas e que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado.
O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção "
Grândola Vila Morena", de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão foi Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano.

O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares que desenvolveram uma acção concertada.
No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel
Carlos de Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reagiu, e o ministro da Defesa ordenou a forças sedeadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.

À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, coube o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria eram comandadas pelo então Capitão
Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo, Marcello Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo, contudo, a exigência de entregar o poder ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcello Caetano partiu, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.
A revolução resultou na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE) dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.


Cravo
O cravo vermelho tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974; Com o amanhecer as pessoas começaram a juntar-se nas ruas, solidários com os soldados revoltosos; alguém (existem várias versões, sobre quem terá sido, mas uma delas é que uma florista contratada para levar cravos para a abertura de um hotel, foi vista por um soldado que pôs um cravo na espingarda, e em seguida todos o fizeram), começou a distribuir cravos vermelhos para os soldados, que depressa os colocaram nos canos das espingardas.


Consequências
No dia seguinte, forma-se a
Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, e que procederá a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, amiúde, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26 foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o
1º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.

Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido como
PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado pela luta e perseguição política entre as facções de esquerda e direita. Foram nacionalizadas as grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo ou não partilhavam da mesma visão política que então se estabelecia para o país. No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS.
A guerra colonial acabou e, durante o
PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes.


O 25 de Abril visto tempo depois
O 25 de Abril de 1974 continua a dividir a sociedade portuguesa, sobretudo nos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, nas facções extremas do espectro político e nas pessoas politicamente mais empenhadas. A análise que se segue refere-se apenas às divisões entre estes estratos sociais.

Existem actualmente dois pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao 25 de Abril.
Quase todos reconhecem, de uma forma ou de outra, que o 25 de Abril representou um grande salto no desenvolvimento político-social do país. Mas as pessoas mais à esquerda do espectro político tendem a pensar que o espírito inicial da revolução se perdeu. O
PCP lamenta que a revolução não tenha ido mais longe e que muitas das conquistas da revolução se foram perdendo.

De uma forma geral, ambos os lados lamentam a forma como a
descolonização foi feita, enquanto que as pessoas mais à direita lamentam as nacionalizações feitas no período imediato ao 25 de Abril de 1974 que condicionaram sobremaneira o crescimento de uma economia já então fraca.


Mais informação
Wikipedia
Centro de Documentação do 25 Abril da Universidade de Coimbra
Site da Associação 25 de Abril
Júnior.TE